14 de fev. de 2010

Imitando Estrelas







um dia, estava olhando as estrelas como
se com elas conversasse quando, de
repente, ouvi uma pergunta:



você sabia que estas estrelas não mais existem?



admirada, respondi: mas... e seu brilho?



"o brilho destas estrelas é apenas a energia
que delas continua a vibrar,
pois já morreram há milhares de anos;
mas, tamanha distância têm de nós
que seu brilho, mesmo mortas, continua
a nos atingir..."



continuei a admirá-las, pensando...



que força é esta que impulsiona, para nós,
tamanho amor e grandeza ?
que, mesmo um ser estando já extinto,
continua o melhor de si a espalhar?



que energia é esta que, agigantando-se
perante a própria morte, continua
iluminando o céu de nossas esperanças?



que força é esta que continua se doando,
trazendo-nos luz e beleza, comprovando, com
sua própria entrega, que a morte não existe ?



emocionada, me perguntei:
por que não imitamos as estrelas?



quando, mesmo nos sentindo mortos por dentro,
cheios de aflições e desesperanças, mudos, calados,
perante desilusões e injustiças, não
continuamos a refletir o melhor que temos
em nós para outrem mais infeliz que nós mesmos?



por que nós, perante um mundo que, na
maioria das vezes, consideramos 'mau', abrigando
em seu seio somente seres que sofrem, nada mais...



por que não continuamos, apesar 'de';
a espalhar nosso brilho, deixando o mesmo refletir
ao longe, onde nosso pensamento não possa alcançar?



por que, mesmo extintos em nós o dom de
crer na própria vida, não continuamos a doar nossa
energia, nossa própria essência, a qual
quintessenciada, transmudada em amor e grandeza
possa continuar a iluminar o céu de nossos semelhantes?



por que não apreendemos esta lição tão simples, estando
sempre a dificultar o sentimento maior:
o amor... ?



por quê?



se, imitando estrelas, nosso brilho se perpetuaria,
independente do 'nós'... e, alongando-se,
atingiria universos distantes, onde
teríamos sempre alguém a falar
com estrelas ?

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